domingo, 28 de dezembro de 2008

James - Cam Gigandet


Parte resumida.


— Desculpe por isso, Bella, mas não é melhor que sua mãe realmente não se envolver? — A voz de James era cortês e gentil.
E de repente Bella entendeu. Sua mãe estava segura. Ainda estava na Flórida. Ela não recebera seu recado. Nunca ficara apavorada com os olhos escuros no rosto anormalmente pálido ela tinha diante de si. Ela estava segura.
— Sim. — Bella respondeu, sua voz saturada de alívio.
— Não parece com raiva por tê-la enganado.
— Não estou. — Seu súbito surto de adrenalina lhe deu coragem. O que importava agora? Logo estaria tudo terminado. Charlie e sua mãe nunca seriam prejudicados, nunca teriam de temer. Ela se sentia quase tonta. Uma parte analítica de sua mente a alertou de que ela estava perigosamente perto de se despedaçar de estresse.
— Que estranho. Você está mesmo falando sério. — Os olhos escuros de James avaliaram Bella com interesse. As íris eram pretas, só com um toque de rubi nas bordas. A sede. — Vou admitir que bando interessante vocês são; vocês, humanos, podem ser bem interessantes. Acho que entendo o que atrai em observar vocês. É incrível... Alguns parecem não ter nenhum senso de egoísmo.
James estava parado a pouca distância de Bella, os braços cruzados, olhando Bella com curiosidade. Não havia ameaça em seu rosto nem em sua atitude. Ele era de aparência mediana, nada extraordinário no rosto ou no corpo. Só a pele branca, as olheiras a que Bella estava acostumada. Vestia uma camisa azul-clara de mangas compridas e jeans desbotados.
— Imagino que vá me dizer que seu namorado a vingará, não é? — perguntou ele, com esperança, ao que pareceu.
— Não, acho que não. Pelo menos eu lhe pedi para não fazer isso.
— E qual foi a reação dele?
— Não sei. — Er estranhamente fácil conversar com este caçador gentil. — Eu lhe deixei uma carta.
— Mas que romântico, uma última carta. E acha que ele vai honrá-la? — Sua voz agora era um pouco mais dura, uma sugestão de sarcasmo desfigurando o tom educado.
— Espero que sim.
— Hmmm. Bem, nossas esperanças então diferem. Veja bem, tudo isso foi meio fácil demais, rápido demais. Para ser franco, estou decepcionado. Esperava um desafio muito maior. E, afinal, só precisei de um pouco de sorte.
Bella esperou em silêncio.
— Quando Victoria não conseguiu pegar seu pai, fiz com que ela descobrisse mais sobre você. Não tinha sentido correr pelo planeta perseguindo-a quando eu podia confortavelmente esperar em um lugar de minha preferência. Assim, depois de falar com Victori, decidi vir para Phoenix para fazer uma visita à sua mãe. Ouvi você dizer que ia para casa. De início nunca imaginei que estivesse falando sério. Mas então pensei bem. Os humanos podem ser muito previsíveis; eles gostam de ir para um lugar seguro. E não seria a tram perfeita, ir para o último lugar que deveria quando estivesse se escondendo... para o lugar onde você disse que estaria?
Ele continuou:
— Mas é claro que eu não tinha certeza, era só um pressentimento. Em geral tenho uma sensação sobre a presa que estou caçando, um sexto sentido, se preferir assim. Ouvi seu recado quando fui à casade sua mãe, mas é claro que eu não podia saber de onde você tinha ligado. Foi muito útil ter seu número, mas você podia estar na Antártida, pelo que eu sabia, e o jogo não daria certo a não ser que você estivesse perto. Depois seu namorado pegou um avião para Phoenix. Victoria os estava monitorando para mim, naturalmente; em um jogo com muitos participantes, eu não podia trabalhar sozinho. E então eles me disseram o que eu esperava, que você estava aqui, afinal de contas. Eu me preparei; já havia visto seus encantadores filmes caseiros. E depois foi só uma questão de blefe. Muito fácil, entende, não está à altura de meus padrões. Então, veja bem, estou esperando que você esteja errada sobre seu namorado. Edward, não é?
Bella não respondeu. A bravata diminuía. Bella sentiu que ele terminara de se vangloriar. Ela não tinha importância nenhuma. Não havia glória em derrotá-la, uma humana fraca.
— Você se importaria muito se eu deixasse uma carta minha para o seu Edward?
Ele deu um passo para trás e tocou numa pequena câmera de vídeo digital equilibrada cuidadosamente no alto do aparelho de som. Uma luzinha vermelha indicava que já estava rodando. Ele a ajustou algumas vezes, ampliando o quadro. Bella o encarava, apavorada.
— Desculpe, mas não acho que ele vá resistir a me perseguir depois que vir isto. E eu não gostaria que ele perdesse nada. É tudo para ele, é claro. Você é apenas uma humana, que infelizmente estava no lugar errado, na hora errada e indiscutivelmente andando com a turma errada, devo acrescentar.
James deu um passo sorrindo.
— Antes de começarmos...
Bella sentiu uma onda de náusea na boca do estômago enquanto James falava. Esta era uma coisa que ela nunca havia previsto.
— Gostaria de ressaltar só um pouquinho. A resposta estava lá o tempo todo e eu temia que Edward visse e estragasse minha diversão. Já aconteceu uma vez, ah, séculos atrás. A única vez em que uma presa escapou de mim. Veja você, o vampiro que tão estupidamente ansiou por sua pequena vitima tomou a decisão que seu Edward foi fraco para tomar. Quando o velho soube que eu estava atrás de sua amiguinha, roubou-a do sanatório em que ela estava — nunca vou entender a obsessão que alguns vampiros parecem ter por vocês, humanos, — e, assim que a libertou, ele a deixou segura. Ela não pareceu perceber a dor, pobre criaturinha. Ficou presa naquele buraco escuro da cela por um bom tempo. Cem anos antes ela teria sido queimada por suas visões. Na década de 1920 eram o sanatório e os tratamentos de choque. Quando ela abriu os olhos, forte com a nova juventude, foi como se nunca tivesse visto o sol. O velho vampiro a tornou uma nova vampira forte, e então não havia motivos para que eu tocasse nela. — James suspirou. — Eu destruí o velho, por vingança.
— Alice. — Bella sussurrou aotrdoada.
— Sim, sua amiguinha. Eu fiquei mesmo surpreso ao vê-la na clareira. Então acho que o bando dela devia ser capaz de extrair algum conforto dessa experiência. Peguei você, mas eles a pegaram. A única vítima que me escapou, na verdade uma honra. E ela tinha um cheiro muito delicioso. Ainda me arrependo de nunca ter sentido o sabor... Ela cheirava ainda melhor do que você. Desculpe, não quero ofendê-la. Você tem um cheiro muito bom. Floral meio...
James deu outro passo na direção de Bella, até ficar a centímetros de distância. Ergeu uma mecha de cabelo de Bella e o cheirou delicadamente. Depois colocou com suavidade a mecha no mesmo lugar e Bella sentiu a ponta de seus dedos frios em seu pescoço. Ele levantou a mão para afagar o rosto de Bella rapidamente com o polegar, o rosto curioso. Bella queria desesperadamente correr, mas ficou paralisada. Não conseguia se mexer nem um centímetro.
— Não. — murmurou ele consigo mesmo enquanto deixava cair a mão —, eu não entendo. — Ele suspirou. — Bem, imagino que devamos continuar com isso. E depois posso ligar para seus amigos e lhes dizer onde podem encontrá-la, e a meu recadinho.
Agora Bella estava definitivamente enjoada. A dor estava vindo, ela podia ver em seus olhos. Não seria o suficiente para ele vencer, alimentar-se e ir embora. Não haveria o fim rápido com que ela estava contando. Seus joelhos começaram a tremer e ela teve medo de desabar.

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